2015-12-18

Projeto para tornar jovens com necessidades educativas especiais mais independentes

No dia 3 de dezembro de 2015, dia internacional das pessoas com deficiência, no Agrupamento de Escolas de Maximinos (AE Maximinos), concelho de Braga, foi inaugurado o Centro de Aprendizagem e Socialização para Autonomia – CASA, pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Braga, projeto alcançado através do Orçamento Participativo do Município de Braga de 2015 (notícia no Porto Canal: http://portocanal.sapo.pt/noticia/76446)

O Centro de Aprendizagem e Socialização para Autonomia dá resposta aos alunos cegos e/ou com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais, cujos programas educativos individuais promovem atividades funcionais ao nível da sua independência e autonomia.
Os programas, delineados pelo professor e com a colaboração dos pais e do próprio aluno, são dinamizados pelo docente, mas prioritariamente executados em casa com a supervisão dos pais e familiares. Contudo, uma vez que em muitos casos surgem constrangimentos no acompanhamento da realização dos programas em casa, quer por parte dos professores quer por parte de alguns familiares, e uma vez que uma mesma competência deve ser demonstrada no maior número de ambientes prováveis, é aconselhável a realização das atividades propostas não só em casa do aluno como em casa de familiares, de amigos e na escola, criando-se para tal situações de necessidade de realização de atividades neste domínio. Trabalhar esta área reveste-se de primordial importância uma vez que a autonomia no meio doméstico é essencial na vida futura do aluno: é fundamental saber cuidar de si, da sua higiene e alimentação e ajudar a família em todas as tarefas relacionadas com a manutenção da casa de modo eficaz e seguro.
O Centro de Aprendizagem e Socialização para Autonomia é constituído por uma cozinha completamente equipada, uma sala de jantar, um quarto e uma casa de banho, e desenvolve Atividades de Vida Diária (AVD) e a Autonomia dos alunos cegos e/ou com dificuldades intelectuais e desenvolvimentais que no dia-a-dia se deparam com inúmeras barreiras que dificultam a sua atividade e participação, tanto no ambiente escolar como familiar, e precisam de fazer aprendizagens para a vida pós-escolar, após os 18 anos de idade.

Aos 18 anos de idade, fim da escolaridade obrigatória, estes jovens precisam de estar munidos de habilidades capazes de estabelecer independência e autonomia no que diz respeito às decisões sobre o estilo de vida: a participação na vida da comunidade requer que os adultos sejam capazes de fazer escolhas acerca das pessoas com quem querem estar, do sítio onde vivem, onde trabalham e que atividades de lazer querem fazer. Em termos educativos, pretende-se que os alunos sejam dotados da capacidade de tomar decisões e recorrer aos serviços da comunidade necessários para atingir os seus objetivos e que mantenham esta capacidade na vida adulta. Uma capacidade reconhecida como fundamental para atingir estes objetivos de autonomia e independência é a autodeterminação – uma combinação de habilidades, conhecimentos e crenças que permitem a uma pessoa desenvolver e apresentar um comportamento autodirigido, autorregulado e autónomo.

As habilidades capazes de estabelecer independência e autonomia, de que o jovem necessita ao terminar a sua formação escolar, são desenvolvidas de forma mais intensiva, através de um Plano Individual de Transição nos últimos três anos de frequência escolar, pelo qual o jovem experiencia situações reais de emprego. É neste período que o jovem, pais e entidades empregadoras, tomam conhecimento de medidas adotadas pelo estado relativas ao acesso ao emprego das pessoas com dificuldades, adotando medidas de adaptação das condições de trabalho, encorajando os empregadores para a contratação e manutenção de contratos de trabalho em meio laboral ou, se necessário, adaptação ou criação de empregos protegidos. Ao apoiar os indivíduos com necessidades especiais a encontrarem emprego não só dão à pessoa a oportunidade de viver uma vida mais preenchida e rica, como também alteram a forma como os outros a percecionam e o que esperam dela. Dadas as devidas instruções e um apoio personalizado de longo-termo, os indivíduos com necessidades especiais conseguem envolver-se, com sucesso e de forma segura, em enquadramentos vocacionais integrados. Os ambientes de trabalho inclusivos, permitem um aumento do número de envolvimentos a que estes indivíduos têm acesso, melhoram a quantidade e qualidade das competências que estes aprendem e desempenham e potenciam as escolhas pessoais que lhes são permitidas fazer.

Os alunos com limitações significativas ao nível da atividade e participação do AE Maximinos usufruem agora de recursos facilitadores da conquista do espaço de independência e autonomia que lhes é de direito como cidadãos e que dignificam a ESCOLA INCLUSIVA.

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